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DO PUXADINHO À MANSÃO: COMO CRIAR PROJETOS REAIS COM IA
O PROBLEMA QUE VOCÊ TEM AGORA
Você tenta criar algo com IA, delega tudo para ela, e o que acontece? A IA dá erro, te devolve algo medíocre, e você pensa "vai assim mesmo". Fica naquele looping de eficiência onde você manda fazer, ela faz errado, você corrige, ela faz errado de novo. São 20, 30, 50 interações até você gastar todos os seus créditos e sair de lá com vários puxadinhos quebrados.
Por quê? Porque você não tem clareza suficiente quando cria o prompt. Você não está com a visão do final clara na cabeça. A diferença entre criar um puxadinho e uma mansão está em uma coisa: o processo de expressão.
A DIFERENÇA FUNDAMENTAL
No modo ineficiente, você cria o puxadinho. Tem uma dor ou desejo, expressa mal para a IA, delega, recebe um output ruim, volta para corrigir e entra num ciclo vicioso. Você investe apenas 1 ou 2 minutos no início, mas gasta horas, dias ou semanas em interações frustrantes. O resultado final é sempre um puxadinho que não resolve o problema.
No modo eficiente, você constrói a mansão. A energia é invertida: você investe tempo pesado no planejamento, expressa com clareza extrema, delega para a IA e consegue resultado excepcional com poucas interações. A execução fica muito mais rápida porque a fundação está sólida. O resultado é algo melhor do que você imaginava.
A chave está em expressar corretamente antes de delegar. E não, a IA não vai fazer isso por você. Se ela pudesse fazer tudo sozinha, você seria descartável.
POR QUE A IA NÃO CONSEGUE GENERALIZAR
Estamos na era da Narrow AI, a IA estreita, não da AGI. A IA não consegue entender nas entrelinhas como um humano consegue. Pessoas generalizam, entendem o contexto, captam as nuances. A IA não. Você precisa ser extremamente específico com ela.
E que bom que é assim. Porque se a IA entendesse qualquer coisa que você fala e criasse perfeitamente sozinha, ela não precisaria de você. Aproveite esse momento para fazer dinheiro aprendendo a expressar bem o que você quer.
Como saber se você está expressando bem? Se a IA consegue resolver sem você dar nenhum feedback adicional, você está fazendo certo. Se você precisa ficar ajustando e corrigindo o tempo todo, você não está passando as informações direito.
O FLUXO DA CLAREZA: AS 5 ETAPAS
Criar projetos com IA não é clicar dois botões. É seguir um processo. Aqui está o framework completo que transforma sua dor em solução real.
1. BRIEFING (90% Humano, 10% IA)
O briefing é o download da sua cabeça. É você esgotando seu cérebro, colocando tudo no papel. Pegue papel e caneta ou grave áudio e despeje tudo: qual é a dor, qual é o desejo, o que você quer alcançar. Não precisa ter clareza técnica, só clareza do problema e do resultado final que você busca.
A IA vai te ajudar com perguntas para eliminar pontos cegos. Ela vai fazer uma análise de qualidade, apontando o que você não viu, gerando pesquisas sobre aspectos que você não considerou. Você lê os insights relevantes, incorpora no briefing e aprova ou volta para ajustes.
O tempo médio varia bastante. Para tarefas simples, você resolve em 15 a 30 minutos. Para projetos complexos, pode levar de 2 a 3 horas. O importante é esgotar tudo que está na sua cabeça antes de avançar.
2. DETALHAMENTO/PRD (70% Humano, 30% IA)
Aqui você transforma o briefing em um PRD, o Product Requirements Document. É a planta baixa do projeto, o design 3D da casa. Você define objetivos claros, escolhe como as pessoas vão usar o sistema, define o design visual, as tecnologias, a arquitetura.
Por que você precisa participar ativamente? Porque se você deixar a IA decidir tudo, vai sair igual a tudo que todo mundo faz. Não é original. É como deixar a IA escolher a cor da parede da sua casa, o tamanho dos quartos, onde ficam as janelas. Não faz sentido abrir mão dessas decisões estratégicas.
A IA vai te dar sugestões de tecnologias como React, Supabase, arquitetura técnica completa, quebra em etapas macro e identificação de riscos. Mas as decisões estratégicas são suas. É aqui que você injeta sua visão, sua originalidade no projeto.
O tempo médio fica entre 2 e 3 horas para projetos médios. Para projetos complexos, pode levar até 2 dias inteiros de trabalho focado. E vale cada minuto investido.
Um ponto importante: você não precisa entender todos os termos técnicos. É como ir no médico, ele usa termos que você não entende, mas ele sabe o que está fazendo. A IA é seu arquiteto, seu engenheiro. Confie no processo, mas valide as decisões importantes que impactam o resultado final.
3. ÉPICOS E ETAPAS (30% Humano, 70% IA)
Agora a IA pega o PRD e quebra em etapas, também chamadas de épicos. Aqui é importante entender a diferença fundamental entre etapa e tarefa.
Uma etapa representa um objetivo intermediário. É algo que pode ser validado como pronto ou não pronto. Por exemplo, "Fundação da casa" é uma etapa. Ela depende de outras etapas e contém várias tarefas dentro dela.
Uma tarefa é uma ação específica, clara, executável por uma pessoa ou pela IA. Ela começa sempre com verbo. Tem tempo estimado, resultado verificável. Por exemplo: "Cavar 2 metros de profundidade no terreno" é uma tarefa.
O que acontece nessa fase? A IA identifica todas as necessidades do projeto, agrupa em blocos lógicos que fazem sentido, sequencia tudo na ordem certa (o que vem primeiro, o que depende do quê). Você revisa cada etapa proposta e aprova quando fizer sentido.
4. TAREFAS/STORIES (10% Humano, 90% IA)
A IA pega cada etapa aprovada e quebra em tarefas específicas. Para cada tarefa ela define a ação específica que precisa ser executada, os critérios claros de conclusão, tempo estimado de execução e quem ou qual IA vai executar aquela tarefa.
Aqui você praticamente só valida. A IA faz o trabalho pesado de detalhar tudo, criar a lista completa de ações. Você dá uma olhada, confirma que faz sentido e libera para execução.
5. EXECUÇÃO (0% Humano, 100% IA)
Agora sim, a IA executa tudo. Você só dá algumas interações pontuais quando realmente necessário. Por que funciona tão bem agora? Porque a IA tem toda a documentação do projeto. Ela sabe onde cada coisa se conecta, entende o contexto completo, conhece as dependências.
Se você pedir uma mudança no meio do caminho, ela sabe exatamente o impacto em outras partes do sistema. Não dá erro porque tudo foi planejado. Ela consegue dizer "se eu mudar isso aqui, preciso ajustar aquilo ali também".
É como ter um mestre de obras que conhece cada detalhe da planta. Ele sabe que se você quer mover uma parede, precisa verificar se não é estrutural, se não tem cano passando ali, se não vai afetar o quarto de cima.
TAREFA VS PROJETO: QUANDO FAZER O QUÊ
Nem tudo precisa passar por todas as etapas. A diferença está na complexidade do que você quer resolver.
Uma tarefa é quando uma única ação resolve o problema. Um único agente executa, tipo consertar um chuveiro ou criar uma calculadora simples. Para tarefas você só precisa do briefing e pode partir direto para a execução.
Mas é importante entender que mesmo uma tarefa simples precisa de clareza. Consertar um chuveiro parece óbvio, mas você precisa detalhar: é 220V ou 110V? É chuveiro elétrico, a gás ou boiler com painel solar? Foi a resistência que queimou? É a quinta vez que queima? Porque se for a quinta vez, o problema não é só o chuveiro, é a fiação que está derretendo.
Um projeto é quando você tem múltiplas tarefas interconectadas. Múltiplos agentes ou áreas envolvidas, como criar um sistema completo ou construir uma casa. Para projetos você precisa do processo completo: Brief, PRD, Épicos, Tarefas, Execução.
EXEMPLO REAL: SIMULADOR DE JOGO
Alan criou um simulador 2D para o jogo Satisfactory. O problema dele era simples e real: estava jogando de noite e perdia tempo olhando YouTube para planejar como construir fábricas no jogo. Queria visualizar tudo de cima, tipo um AutoCAD 2D.
Primeiro ele fez o briefing em 15 minutos. Pegou o celular às 4h da manhã, gravou o que queria no assistente do Claude. Foi conversando com a IA que foi organizando suas ideias, fazendo perguntas sobre funcionalidades, ajudando a enxergar pontos cegos.
Depois veio o PRD, que levou de 2 a 3 horas. Detalhou funcionalidades, design, tecnologias, como tudo ia se conectar. E então partiu para execução seguindo as etapas.
O resultado foi um sistema completo com canvas interativo onde você arrasta máquinas e conecta elas. Tem calculadora em tempo real de recursos que mostra exatamente quanto material você precisa. As conexões acontecem automaticamente entre elementos. Tem até chat com IA integrada que analisa sua fábrica e dá sugestões. E faz análise de eficiência mostrando gargalos de produção.
O mais impressionante? Esse sistema não existia na internet nesse formato. Os existentes eram feios, confusos, mal estruturados. Alan criou algo original, funcional e escalável. E ele não escreveu uma linha de código. Tudo via IA seguindo o processo.
EXEMPLO REAL: SISTEMA DE HACKATHON
Alan tinha que criar um sistema completo de gestão de hackathon em apenas 2 dias. A pressão era real. Mas em vez de sair fazendo puxadinho correndo, ele fez o quê? Criou o PRD primeiro. Planejou tudo antes de executar.
O resultado foi um sistema extremamente completo. Gestão total de times com possibilidade de adicionar e remover usuários. Sistema de check-in de participantes funcionando em tempo real.
Submissões com sistema de avaliação integrado. Integração completa com Google Drive para acessar arquivos dos times. Sistema de mentoria em tempo real onde participantes pedem ajuda e mentores recebem notificações.
Mas tem mais. Chat com IA personalizada para cada participante. Sistema de ranking e avaliações entre times. Avisos broadcast em tempo real para todos os participantes. Menu com quase uma rede social interna onde pessoas se conhecem por região.
Esse sistema funcionou no evento real, com dados reais, centenas de participantes, sem erros críticos que impedissem o uso. Por quê? Porque foi planejado. Tinha documentação completa. Cada funcionalidade foi pensada antes de ser construída.
E agora esse sistema vai ser vendido como white label para outros eventos de hackathon. Um projeto feito em 2 dias na correria virou produto comercial. Tudo porque seguiu o processo certo.
A INVERSÃO DE ESFORÇO
A maioria das pessoas faz tudo errado. Elas colocam apenas 10% de esforço no briefing, achando que a IA vai resolver tudo. Deixam 90% do trabalho para a IA executar sem direção clara. Resultado? Gastam 90% do tempo depois corrigindo a IA, dando feedback, ajustando, refazendo.
O correto inverte completamente essa lógica. Você coloca 90% de esforço no briefing, tirando tudo da sua cabeça, definindo claramente o que quer. No PRD você ainda mantém 70% de esforço ativo, tomando decisões importantes, definindo direções.
Nas etapas o esforço cai para 30%, você mais valida do que cria. Nas tarefas você só supervisiona com 10% de atenção. E na execução? Zero esforço, só supervisão ocasional.
Seu esforço vai diminuindo conforme avança nas etapas. E o resultado final é infinitamente superior. Menos retrabalho, menos frustração, mais qualidade, mais velocidade real.
SOBRE DESIGN: QUANDO FAZER ANTES DO PRD
Existe um momento certo para investir em design antes de executar o PRD? Sim, quando o projeto depende muito do visual. Jogos, aplicativos com muita interação, sistemas que precisam causar aquele efeito "wow" no usuário.
Por quê vale a pena fazer design antes nesses casos? Porque você visualiza melhor o resultado final e fica mais empolgado para executar. É como ver o projeto 3D da casa dos seus sonhos antes de começar a construir. Você identifica problemas de experiência do usuário antes de codificar qualquer coisa. Evita retrabalho técnico gigantesco de ter que refazer tudo porque a interface não fazia sentido.
As ferramentas que Alan usa para design seguem uma sequência. Primeiro ele usa o Claude para criar wireframes, que é a estrutura básica sem estética. Só botões, fluxos, onde fica cada coisa. Depois joga no Google AI Studio com o Skit para transformar wireframes em designs bonitos e funcionais. E o Lovable serve para protótipos rápidos quando quer testar algo na prática.
O processo completo fica assim: cria wireframe no Claude focando só em estrutura e fluxo. Joga no Google Skit que gera o design visual completo. Exporta para AI Studio que transforma em código funcional. E refina iterativamente até ficar do jeito que imaginou.
Quando não fazer design antes? Para sistemas funcionais sem design arrojado, sistemas administrativos ou internos onde funcionalidade importa mais que estética. Nesses casos você segue direto: PRD, Épicos, Tarefas, Execução. Depois ajusta o design conforme necessário.
O ERRO DO PUXADINHO QUE NÃO VIRA MANSÃO
Muita gente pensa que vai fazer um puxadinho rápido agora e depois transforma numa mansão. Não vai acontecer. Não funciona assim.
Quando você cria desorganizado, com código espalhado, banco de dados mal estruturado, funções que atrapalham outras funções, você não consegue transformar isso numa mansão. Nem o terreno está correto para sustentar uma mansão. A fundação está errada, os canos estão no lugar errado, a fiação está toda bagunçada.
Você vai ter que começar do zero de qualquer forma. A diferença é que perdeu tempo, ficou frustrado e ainda tem que lidar com a sensação de ter desperdiçado energia no puxadinho.
"Mas Alan, e se eu aproveitar alguma coisa do puxadinho?" Pode aproveitar ideias, aprendizados que teve no processo, alguns exemplos de tela para referência. Mas o código em si? Refazer do zero é mais rápido que tentar consertar.
Alan testou isso na prática. Pegou um projeto que o time tinha feito no Lovable e tentou aproveitar. Perdeu quase um dia inteiro tentando consertar erros, banco de dados misturado (metade português, metade inglês), funções conflitantes. Quando jogou tudo fora e começou do zero seguindo o processo, fez muito mais e melhor em poucas horas.
A lição é clara: não tente transformar puxadinho em mansão. Comece com a fundação certa desde o início.
AS FERRAMENTAS CERTAS PARA CADA ETAPA
Para o briefing, mantenha simples. Papel e caneta funcionam perfeitamente. Áudio no celular também. Claude ou Gemini servem bem para organizar suas ideias enquanto você despeja tudo.
O PRD funciona melhor no Gemini porque ele tem janela de contexto gigante e suporta conversas muito longas sem perder o fio. Claude também funciona bem para análises mais profundas. O sistema EOS da Academia faz orquestração de múltiplas IAs trabalhando juntas, mas ainda não está disponível publicamente.
Para design você tem opções diferentes dependendo do objetivo. Claude cria wireframes excelentes, só estrutura sem firula. Google Skit combinado com AI Studio gera designs visuais prontos para usar. Lovable é ótimo para protótipos rápidos e testar ideias.
Na execução você parte para ferramentas mais robustas. Claude Code e Cursor para desenvolvimento real. Bolt para protótipos web rápidos. Lovable para aplicações completas.
Uma dica importante: trabalhe em inglês para código e documentação técnica. Você economiza cerca de 20% de tokens. A IA foi muito mais treinada em inglês então performa melhor tecnicamente. E banco de dados em português? Vai dar problema, pode acreditar.
O CASE MATEUS MARCONES: DENTISTA QUE CRIA SISTEMAS
Mateus é dentista. Nunca tinha programado antes. Criou entre 8 e 9 sistemas funcionais que sua empresa e seus alunos usam no dia a dia. Como ele conseguiu?
Sem perceber, ele aplicava uma variação desse processo. Quando cria um curso, ele desenha o curso inteiro primeiro, o que funciona como briefing. Define os módulos do curso, que são os épicos. Desenha cada aula detalhadamente, que são as tarefas. E define as atividades específicas de cada aula, que são as subtarefas.
A sacada genial dele foi perceber que esse mesmo processo servia para criar sistemas. Cada vez que cria um curso novo, ele cria um sistema junto. O sistema torna o curso mais fácil de aplicar e o aluno fica usando a ferramenta dele, criando retenção natural.
Um exemplo prático: curso de Facebook Ads para dentistas. Ele criou um sistema onde o dentista entra, clica em 2 botões e publica o anúncio dele. Faz toda a gestão pelo sistema. Não precisa entrar no gerenciador de anúncios do Facebook, não precisa saber termos técnicos, não precisa configurar nada manualmente.
Ele faz tudo isso usando só Lovable. Nunca viu um terminal na vida. Alan teve que mostrar para ele onde abre o terminal no computador. Não sabe nada de código. Mas funciona porque ele soube expressar claramente o que queria e seguiu um processo estruturado, mesmo que intuitivamente.
A lição? Qualquer pessoa que tem resultados com IA está fazendo alguma variação desse processo, mesmo que não perceba.
O FRAMEWORK EOS: O SISTEMA POR TRÁS DO SISTEMA
Alan mencionou o EOS, o sistema operacional de desenvolvimento criado pela Academia Lendária. É um framework que orquestra múltiplas IAs trabalhando juntas. Cada IA assume um papel específico: gerente de produto, arquiteto, designer, desenvolvedor, analista de qualidade.
Essas IAs "discutem" o projeto entre si. O designer questiona decisões técnicas do desenvolvedor. O arquiteto aponta riscos que o gerente não viu. O QA valida se tudo está funcionando. Você só entra para validar as decisões importantes, não precisa microgerenciar cada detalhe.
Tudo fica documentado automaticamente. Cada decisão, cada mudança, cada validação fica registrada. Se alguém entrar no projeto depois, tem contexto completo do que foi feito e por quê.
Foi criado por Pedro Valério, que até abril de 2024 nunca tinha programado e não se considera programador. Hoje programadores profissionais usam o sistema dele. Vai ser lançado como open source em 1 ou 2 semanas, primeiro para a comunidade e depois para todos.
Como funciona na prática? Você digita 1, 2 ou 3. O número 1 significa aprovar e avançar. O 2 significa revisar porque algo não está bom. O 3 é quando você precisa escrever feedback específico. A IA já sabe o que fazer em cada situação porque existe documentação completa de processo.
PROJETO COMPLEXO REAL: SISTEMA DE ANÁLISE COMPORTAMENTAL
Alan mostrou um projeto de análise psicológica e comportamental de pessoas para ilustrar como o processo funciona em escala maior.
O processo começou 4 meses antes da execução com estudo e pesquisa profunda. Reuniões semanais com psicólogo, psiquiatra e filósofo para estabelecer métricas corretas, validar abordagens, entender nuances do comportamento humano.
Depois veio a criação do PRD. Foram 2 dias inteiros, 8 a 9 horas cada dia, fazendo o documento. O PRD final ficou com 7.000 linhas de especificação técnica. Mais de 700 arquivos de tarefas detalhadas. Mais de 200 arquivos de research e análise acumulados ao longo dos meses.
Depois disso tudo planejado? Ele ficou digitando 1, 2 ou 3 para a IA executar cada etapa. O resultado foi um sistema complexo, escalável, preparado para grandes empresas. Tudo funcionando, tudo documentado, tudo testado.
Isso é para te mostrar que o processo funciona em qualquer escala. Pequeno, médio ou grande projeto. A estrutura é a mesma, só o tamanho que muda.
OS ERROS FATAIS QUE VOCÊ DEVE EVITAR
Jogar o PRD inteiro para a IA executar de uma vez é erro clássico. Ela vai se perder completamente no meio de tanta informação. Você precisa quebrar em épicos e tarefas primeiro, criar a sequência lógica, dar contexto progressivo.
Não documentar nada é outro erro mortal. Quando der erro, e vai dar em algum momento, você não saberá o que fazer. Vai ter que adivinhar, testar no escuro, perder tempo precioso. Com documentação adequada, a IA sabe exatamente onde alterar, qual o impacto de cada mudança, como manter a integridade do sistema.
Tentar usar IA genérica para tudo também não funciona. Cada IA tem suas forças. Gemini é melhor para contexto longo e conversas complexas. Claude se destaca em análises profundas e código. ChatGPT brilha em criatividade e brainstorm. Grok é excelente para pesquisa web. Use a ferramenta certa para cada trabalho.
Começar pela execução é provavelmente o erro mais comum. Você pula direto para "cria isso pra mim" sem planejar nada. O resultado inevitável é o puxadinho que já conhecemos.
E não investir tempo suficiente no briefing torna todo o resto inútil. Se você não tem clareza do que quer, a IA não vai adivinhar. É aquele princípio antigo da computação: garbage in, garbage out. Lixo entra, lixo sai.
PERGUNTAS FREQUENTES
"Mas Alan, isso não é overengineering?"
Não, é fazer certo. Você quer uma casa com coluna no meio da sala atrapalhando a vista para a TV? Quer esgoto vazando toda semana? Quer ter que quebrar piso, parede e teto depois para consertar a fiação? Fazer certo desde o início pode parecer mais demorado, mas é infinitamente mais rápido que refazer 10 vezes o mesmo trabalho mal feito.
"Quanto tempo leva esse processo todo?"
Depende completamente da complexidade. Uma tarefa simples leva uns 15 minutos só de briefing e já parte para execução. Um projeto pequeno fica em 2 a 4 horas do início ao fim. Projeto médio demora de 1 a 2 dias. Projeto complexo pode levar de 1 a 2 semanas incluindo pesquisa e validações. Compare isso com ficar 2 ou 3 semanas brigando com a IA tentando consertar um puxadinho que nunca fica bom.
"Preciso saber programar?"
Não precisa. Você precisa saber o que você quer e seguir o processo. O resto a IA faz. Mateus é dentista criando sistemas complexos. Pedro Valério é empresário sem background técnico que criou um framework usado por programadores profissionais. Alan mostrou vários exemplos de sistemas feitos sem escrever uma linha de código.
"E se eu não entender os termos técnicos do PRD?"
Tudo bem, não precisa entender tudo. Pergunte para a IA explicar quando necessário, mas você não precisa saber cada detalhe técnico. É como ir no médico ou contratar um engenheiro civil. Você confia que eles sabem o que estão fazendo. O importante é validar as decisões macro que impactam o resultado final, não microgerenciar cada linha técnica.
"Posso fazer só uma parte do processo?"
Pode, mas o resultado vai ser proporcional ao investimento. Quanto mais etapas você pular, mais próximo do puxadinho você fica. Para tarefas simples, só o briefing já funciona bem. Mas para projetos de verdade você precisa do processo completo se quiser resultado profissional.
O FUTURO QUE VEM AÍ
Alan vai apresentar numa live à noite às 19h uma retrospectiva completa de 2025 com os principais acontecimentos em IA. Vai mostrar a projeção para 2026 baseada em conversas com empresários do Vale do Silício e principais players de IA.
Vai explicar como o DeepSeek mudou o mercado inteiro em janeiro, fazendo todo o setor acelerar de forma absurda. Vai mostrar por que o Google provavelmente vai vencer a corrida da IA com base em informações que ele obteve visitando empresas lá e conversando com pessoas por dentro do ecossistema.
E vai trazer insights práticos de como se preparar para o que está vindo nos próximos meses. Tudo embasado no que os maiores players estão falando que já está acontecendo nos bastidores, não especulação ou bola de cristal.
CONCLUSÃO: DO PUXADINHO À MANSÃO
A diferença entre criar algo ruim e algo excepcional com IA não está na IA que você usa. Está no processo que você segue.
O puxadinho vem de pouco planejamento, muita iteração corretiva tentando consertar o que saiu errado, resultado medíocre que você aceita porque já investiu tempo demais, e a sensação constante de tempo perdido.
A mansão vem de muito planejamento inicial, pouca iteração porque as coisas saem certas na primeira vez, resultado excepcional que supera suas expectativas, e tempo bem investido que se multiplica em qualidade.
Você quer criar projetos que realmente funcionam? Projetos originais que ninguém mais tem? Projetos que você pode vender, escalar, usar na sua empresa para ganhar vantagem competitiva real?
Pare de fazer puxadinho. Aprenda a fazer mansão.
O processo está aqui neste resumo. O framework está pronto e testado. As ferramentas estão todas disponíveis. Os exemplos reais provam que funciona em qualquer escala, do mais simples ao mais complexo.
Agora é com você. Você vai continuar na corrida de ratos tentando acompanhar cada nova IA que lança, cada novo recurso, cada nova promessa? Ou vai dominar o processo que funciona com qualquer IA, qualquer ferramenta, qualquer projeto?
A escolha é sua. Mas agora você sabe exatamente o que fazer.