GPT-5 Chegou. E Agora?

O que três empresas fizeram em uma semana revela mais que qualquer modelo novo

3 empresas. 7 dias. Movimentos simultâneos.

Ping! Anthropic lança Claude Opus 4.1.
Ping! OpenAI responde com GPT-OSS em... minutos.
Ping! Apple investe meio trilhão na corrida.

E então chegou a notificação que todos esperavam: GPT-5.

Coincidência?

Deixa eu te contar o que aconteceu.

Três empresas que normalmente se movem como transatlânticos de repente viraram lanchas de corrida. Em uma semana.

Todo mundo sabe que é por causa do GPT-5. A questão não é o timing.

A questão é: o que essas decisões nos contam sobre quem essas empresas realmente são?

(E spoiler: não é sobre a tecnologia que você imagina...)

Minutos que Mudaram o Jogo

Na terça-feira, a Anthropic lançou o Claude Opus 4.1.

Melhorias incrementais: 74,5% no SWE-bench (contra 72,5% da versão anterior). Na prática, desenvolvedores reportaram menos "esquecimento de contexto" e melhor refatoração em múltiplos arquivos - funcionalidades que realmente importam no dia a dia.

Minutos depois - literalmente minutos - a OpenAI contra-atacou.

GPT-OSS: dois modelos (120B e 20B parâmetros) com pesos completamente abertos. O primeiro movimento open-source que eles fazem desde o GPT-2, em 2019.

O CEO Sam Altman descreveu o movimento como parte de construir uma infraestrutura de IA "democrática". Palavras grandes para uma empresa que se fechou completamente desde 2019.

O GPT-OSS-120B é o terceiro melhor modelo aberto do mundo, atrás apenas dos chineses DeepSeek R1 e Qwen-3. Mas entre modelos ocidentais? É o primeiro.

A OpenAI afirmou que o modelo de 20B "caberia em um celular". Sinceramente, não sei que celular eles estão testando, mas a maioria não tem 16GB de RAM.

Testei no meu MacBook: o modelo de 20B rodou com menos de 5% de uso de CPU, velocidade de 62,82 tokens por segundo. Mas eu tenho um computador acima da media para isso.

Ou seja, modelo GPT de nível enterprise, gratuito, sem API, sem internet.

O diferencial não é ser open source - existem milhares de modelos gratuitos no HuggingFace. O diferencial é ser qualidade enterprise vindo da OpenAI, que se fechou desde 2019.

Para quem empreende: dados sensíveis processados localmente, fine-tuning sem restrições, nova equação custo API versus infraestrutura própria.

Duas empresas. Mesmo momento. Abordagens completamente diferentes.

A pergunta não é se foi coordenado. A pergunta é: o que exatamente está motivando essa pressa toda?

O Elefante na Sala: GPT-5

Todo esse movimento tinha um nome: GPT-5.

E na quinta-feira, enquanto eu estava fazendo live, chegou.

Literalmente pausei para assistir a live de lançamento da OpenAI com o Zé Amorim e o Bob da IA comentando junto. 

Eu estava num impasse. Se o que liberaram fosse muito ruim, seria o inverno da IA - gente desacreditando, desilusão geral.

Eu queria que lançassem só depois, quando tivessem mais coisa, mudanças mais interessantes.

Até que foi.

O contexto todo faz sentido agora. Semanas antes, Sam Altman havia postado uma foto da Estrela da Morte sem texto nenhum - aquela arma planetária de Star Wars. 

Ele também tinha comentado no podcast do Theo Von que se sentiu "inútil comparado à IA" quando testou GPT-5, descrevendo como um modelo que parecia "muito rápido" e o fazia pensar "o que fizemos?" - comparando com o Projeto Manhattan.

Pelo que mostraram na live: para código - que uso bastante - demonstraram sites completos, responsivos, em um prompt.

Simulador de bateria funcional, jogos, visualizadores. Design que não parece feito por IA. Melhorias dramáticas em front-end e debug de repositórios grandes.

Durante a minha própria live, testamos na prática: pedimos para criar um jogo de castelo com canhões e balões igual ao que a OpenAI demonstrou.

O resultado foi impressionante - realmente funcional, bonito, jogável. Ver isso acontecer ao vivo foi surreal.

Na escrita - outra área que uso - mostraram colaboração com nuance real, não aquela escrita robótica.

Consegue sustentar estruturas complexas, ritmo natural, profundidade literária.

Pelo menos é o que prometeram - essa parte ainda não testei.

O sistema tem um roteador que decide automaticamente quando usar raciocínio simples ou profundo.

Você não escolhe modelo - ele adapta baseado na complexidade. 

Como Altman havia previsto:

"Sistemas ficaram mais complexos, treinamos continuamente para melhorá-los".

Mas o que mais me chamou atenção foi saúde. GPT-5 teve avanços significativos: 67,2% no HealthBench (contra 32% do GPT-4o), 46,2% no HealthBench Hard.

Atua como parceiro de reflexão, faz perguntas relevantes, se adapta ao contexto da pessoa.

Isso é pessoal para mim. Minha esposa descobriu qual era a doença dela usando IA. Ver melhorias nessa área importa.

Demonstraram também redução de alucinações na saúde: apenas 3,6% no HealthBench Hard versus 15,8% de outros modelos. Quando não sabe algo médico, admite em vez de inventar - crucial na área.

Lançaram o sistema GPT-5 em diferentes formas:

ChatGPT: 

Sistema unificado (Free, Plus, Pro)

  • Pro ($200/mês): inclui GPT-5 Pro com raciocínio estendido

API para desenvolvedores: 

3 modelos

  • GPT-5 (principal), GPT-5 Mini (mais rápido), GPT-5 Nano (mais leve)

O GPT-5 Pro substitui o antigo o3-pro e usa computação paralela para análises mais profundas.

O sistema agora tem janela de contexto de 400.000 tokens - equivalente a processar documentos gigantescos.

E o preço na API ficou competitivo: $1.25 por milhão de tokens de entrada (mais barato que GPT-4o) e $10 por milhão na saída (mesmo preço). Input mais barato com performance superior.

Lançaram personalidades customizáveis (Cynic, Robot, Listener, Nerd) e está disponível para todo mundo - diferença é limite de uso.

Agora entendo por que Altman havia avisado sobre "problemas e gargalos de capacidade" nas próximas semanas. A demanda vai ser gigante.

Foi interessante ver o lançamento ao vivo, mas agora vem a parte que importa.

Ainda preciso testar tudo para ver se na prática entrega o que prometeram.

As Verdadeiras Apostas por Trás do Drama

Enquanto todo mundo especula sobre modelos e benchmarks, os movimentos mais reveladores estavam acontecendo longe dos holofotes.

Tim Cook reuniu todos os funcionários da Apple no Steve Jobs Theater para uma hora inteira falando sobre IA. Disse que a revolução da IA é "tão grande ou maior" que internet, smartphones e computação em nuvem.

Tim Cook, CEO da Apple

Finalmente. Porque, sejamos honestos, Apple estava bem atrás na corrida de IA.

Siri pode ter sido pioneira, mas ficou estagnada enquanto ChatGPT e outros voaram na frente. Executivos internos da Apple chegaram a chamar a situação de "uma crise".

Agora eles estão correndo atrás: US$ 500 bilhões de investimento nos próximos quatro anos. Contratação focada em pessoas para IA, software e P&D. Construção de infraestrutura própria…

E criaram uma equipe interna para desenvolver um "motor de respostas" próprio - querem reduzir dependência do Google e substituir a busca tradicional por algo alimentado por IA.

A estratégia é clara: investir primeiro na cultura e pessoas, depois na tecnologia.

E falando em escolhas estranhas... lembra da OpenAI?

A empresa se chamava "Open" AI. Desde 2019, fechou completamente tudo. Agora volta com GPT-OSS justamente quando está lidando com defecções de engenheiros, disputas internas e pressão sobre custos crescentes de modelos avançados.

GPT-OSS pode ser estratégia de retenção de talentos, resposta à competição chinesa, ou admissão de que o modelo "tudo fechado e caro" tem limites quando os próprios custos explodem.

O que fica claro é que grandes empresas de IA estão repensando suas apostas fundamentais. Não porque a tecnologia avançada seja inacessível - já provei várias vezes que qualquer pessoa com repertório certo consegue aproveitar essas ferramentas de forma inteligente.

Meus alunos fazem isso constantemente. No último hackaton, em duas semanas, vi pessoas comuns criando soluções que têm potencial de se tornar grandes empresas.

O problema não é custo ou complexidade. É que as empresas grandes ainda não entenderam como usar IA de forma estratégica, enquanto quem tem o conhecimento certo já está aproveitando essas oportunidades.

E isso nos leva a uma pergunta mais profunda:

O que realmente determina quais empresas sobrevivem quando o diferencial não está na tecnologia, mas em como você a aplica?

A Confissão de Dario Amodei

Aqui está a conversa que toda empresa de IA deveria ter internamente, mas poucos têm a coragem.

Dario Amodei, CEO da Anthropic, deu uma entrevista que expôs muito mais do que estratégia corporativa. Expôs filosofia de vida aplicada a negócios.

Dario Amodei, CEO da Anthropic no podcast do Alex Kantrowitz

Primeiro, o contexto pessoal: o pai dele morreu em 2006 de uma doença para a qual a cura foi desenvolvida poucos anos depois. A taxa de recuperação saltou de 50% para 95%.

Isso moldou sua visão sobre urgência tecnológica. Não é sobre lucro ou domínio de mercado. É sobre impacto real na vida das pessoas.

Mas a parte que mais me marcou foi sobre sua saída da OpenAI. Não foi por discordâncias técnicas ou competição salarial.

Foi por uma questão fundamental de caráter.

Amodei liderou o projeto GPT-3 na OpenAI. Estava na linha de frente da revolução. Mas percebeu que as decisões-chave sobre governança, segurança e estratégias de lançamento eram tomadas no topo, sem ele.

E pior: começou a desconfiar das motivações reais da liderança.

"Se você está trabalhando para alguém cujas motivações não são sinceras, que não é uma pessoa honesta, que não quer genuinamente tornar o mundo melhor, isso não vai funcionar. Nesse caso, você está apenas contribuindo para 'algo ruim'."

Essa frase me marcou profundamente, especialmente porque ressoa com algo que sempre acreditei: cultura não é o que você escreve na parede, é o que você faz quando ninguém está vendo.

Amodei estava na linha de frente da maior revolução tecnológica da nossa era.

Poderia ter ficado, escalado posições, acumulado patrimônio. Mas escolheu sair por uma questão de alinhamento filosófico.

Não foi sobre competência ou desempenho. Foi sobre visão de mundo.

Ele criticou líderes que controlam "20 trilhões de dólares de capital" mas que descartam questões importantes como tentativas de controle da indústria. 

Pessoas movidas apenas por números, sem consideração pelo impacto real.

Isso me lembrou de por que construímos a Academia Lendária com tanto cuidado na seleção de pessoas. Não buscamos apenas os mais talentosos. 

Buscamos aqueles cujas motivações se alinham com construir algo que realmente importe.

Porque quando você constrói com as pessoas certas, pelos motivos certos, os resultados são diferentes. Não apenas melhores - são sustentáveis.

Apple investindo primeiro em pessoas. OpenAI oscilando entre abertura e controle. Anthropic priorizando segurança mesmo quando isso significa crescer mais devagar.

Cada escolha revela algo sobre quem toma a decisão. E no final, são essas escolhas que determinam se você está construindo apenas um negócio ou deixando um legado.

E quando você entende isso, começam a fazer sentido todas as decisões "estranhas" que vimos: 

Apple investindo primeiro em pessoas, OpenAI navegando entre open source e modelos proprietários. Anthropic priorizando segurança mesmo quando isso significa crescer mais devagar.

A tecnologia é só ferramenta. Quem você é determina o que você constrói com ela.

COMO: Comece aplicando no que você já domina - suas tarefas diárias. GPT-5 vai potencializar o que você já sabe fazer bem. 

COM QUEM: Conecte-se com quem também está testando e aplicando na prática. Solo você não consegue acompanhar essa velocidade. 

É uma equação simples com execução complexa.

Por que Isso Muda Tudo Para Você

No final das contas, esta newsletter não foi sobre modelos de IA ou estratégias corporativas.

Foi sobre uma verdade simples: você é quem escolhe.

GPT-5, GPT-OSS, Claude, o próximo iPhone - são ferramentas. O que importa é como você usa cada uma delas para construir algo que realmente vale a pena.

Suas escolhas de como aplicar essas tecnologias moldam seu futuro mais do que as tecnologias em si.

Mas existe uma escolha ainda mais importante: com quem você está construindo sua jornada neste mundo que muda todos os dias.

A diferença entre quem aproveita essas transformações e quem fica perdido não está na tecnologia que você usa. Está nas pessoas ao seu redor.

Se você está cercado de pessoas que veem IA como ameaça, você vai viver com medo. Se está cercado de quem vê como oportunidade, você vai crescer junto.

Se está cercado de quem reclama das mudanças, você vai estagnar. Se está cercado de quem abraça e aprende, você vai evoluir.

O momento que vivemos - com todas essas empresas se reposicionando, tecnologias avançando, oportunidades surgindo - é raro. Talvez único na nossa geração.

Você pode assistir de longe ou participar ativamente.

A diferença está em escolher estar no lugar certo, com as pessoas certas, construindo junto com quem pensa como você e quer evoluir junto.

Porque no final, IA é só ferramenta. O que realmente transforma é a qualidade das conexões que você faz pelo caminho.

E se você quiser sair da teoria e encontrar essas pessoas na prática?

Em outubro, vai rolar a 4ª edição do Hackathon Lendário em Floripa. 3 dias trabalhando lado a lado com pessoas que pensam como você, aplicando IA em problemas reais de empresas reais.

Exatamente o tipo de experiência que separa quem só consome conteúdo de quem constrói o futuro.

Terá 4 encontros preparatórios online, mentorias presenciais, estrutura completa e a chance de ganhar até R$ 200 mil em prêmios e contratos.

Mas o maior prêmio mesmo são as conexões que você vai fazer.

Alan Nicolas ♾️
CEO Academia Lendár[IA]

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Assista a live sobre o lançamento oficial do GPT-5 pela OpenAI:

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  • Escrita por: Alan Nicolas utilizando Obsidian potencializado com IA

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